segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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"Não tenho a menor dúvida de que as criançãs são líderes no que diz respeito a questões ambientais. Elas têm o poder de educar seus pais como tomadores de decisões e mudar o que está acontecento em nível individual."
Elizabeth Dowdeswell, Diretora Executiva, Unep



"O maior desafio tanto de nossa época como do próximo século é salvar o planeta da destruição. Isso vai exigir uma mudança nos próprios fundamentos da civilização moderna - o relacionamento dos seres humanos com a natureza."
Mikhail Gorbachev



A educação ambiental é uma peça fundamental para o sucesso de qualquer programa de coleta seletiva. Essa forma de educação, que neste caso visa ensinar o cidadão sobre o seu papel como gerador de lixo, é principalmente dirigida a escolas, mas sem deixar de abranger a comunidade inteira: escolas; · repartições públicas (começar o trabalho "em casa"); · residências; · escritórios; . fábricas; . lojas; . outros locais onde cidadãos geram lixo.

Quando a população fica ciente do seu poder ou dever de separar o lixo, passará a contribuir mais ativamente ao programa. Com isso, haverá um desvio cada vez maior dos materiais que outrora iam para o aterro e uma economia de recursos.
A informação sobre a realização da coleta seletiva deve ser divulgada regularmente ao público alvo:


· nas escolas, pode ser veiculada através de cartilhas e atividades lúdicas com sucata;
Sugere-se aos professores incluir a questão do lixo no desenvolvimento de suas atividades pedagógicas. Por exemplo:
Português: elaborar redações, textos e roteiros para vídeo, teatro, jornal, etc; Matemática: usar os números do lixo para propor problemas e elaborar noções de conjunto, frações, percentuais, gráficos, etc; História: pesquisara relação das diversas civilizações com o lixo ao longo da história e estimulardebates em torno da realidade contemporânea, enfocando o lixo e o ambiente; Geografia: elaborar mapas da produção e destino do lixo, contextualizando a realidade social do aluno; Línguas estrangeiras: investigar palavras-chave, utilizando-as em textos e diálogos; Artes: confeccionar brinquedos, utensílios, obras de arte, intrumentos musicais, etc com sucata, reciclagem de papel, etc. Ciências: estudar os ciclos da natureza e discutir a interferência do lixo nos ecossistemas e na vida do planeta.· para a população em geral precisa ser mais específica, abordando, por exemplo, o que deve ser separado, dias e horários de coleta, formas de acondicionamentos, etc.; · para o público em geral, prestando contas das receitas, benefícios e metas.


Um Programa de COLETA SELETIVA sem ampla EDUCAÇÃO AMBIENTAL, cai na mesma infelicidade de um cinema sem anúncio: ninguém vai saber, levando a iniciativa ao fracasso. E pior: as supostas economias ganhas por não terem sido gastas com campanhas educativas são eliminadas por custos altíssimos de caminhões de coleta seletiva circulando vazios.
Uma pesquisa feita pelo CEMPRE (Compromisso Empresarial Para Reciclagem), comprovou que os programas brasileiros de coleta seletiva que mais investiram em campanhas de educação ambiental são aqueles que têm os menores custos. Isto porque a comunidade, tendo recebido constantemente informações dirigidas e criativas sobre reciclagem, passa a encher os caminhões de recicláveis, reduzindo assim, o custo por caminhão.


Um dos princípios básicos da educação ambiental sobre o lixo é o conceito dos três Rs: REDUZIR, REUTILIZAR E RECICLAR.


REDUZIR: o cidadão deve aprender a reduzir a quantidade do lixo que gera, quando possível. Deve entender que redução não implica padrão de vida menos agradável. É simplesmente uma questão de reordenar os materiais que usamos no dia-a-dia. Uma das formas de se tentar reduzir a quantidade de lixo gerada é combatendo o desperdício de produtos e alimentos consumidos. A partir do momento em que este desperdício resulta em ônus para o poder público e para o contribuinte, a redução do volume de lixo significará redução de custos, além de fator decisivo na preservação dos recursos naturais.
Menos lixo gerado também implicará em estrutura de coleta menor, e também em redução de custos de disposição final.


REUTILIZAR: existem inúmeras formas de reutilizar os mesmos objetos, até por motivos econômicos. Escrever nos dois lados da folha de papel, usar embalagens retornáveis e reaproveitar embalagens descartáveis para outros fins, são apenas alguns exemplos. Uma parcela do comércio formal já contribui para essa prática, na medida em que os "sebos" trabalham basicamente com livros usados, assim como os "brechós" comercializam desde roupas até móveis usados.


RECICLAR: a reciclagem forma o terceiro ponto do tripé, sendo alternativa quando não é mais possível reduzir nem reutilizar.
"Educação Ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornem aptos a agir e resolver problemas ambientais presentes e futuros."


Tbilisi, Georgia, Unesco, 1977

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